Milhões de vasos, nenhuma flor

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Milhões de vasos, nenhuma flor

Nos anos 90, Nando Reis compôs o seu “Relicário ”, contando uma história de amor à época do nascimento do seu filho, e já  anunciava: “ O mundo está ao contrário e ninguém reparou…” Era o fim da Guerra Fria, um período de grande expansão democrática e forte prosperidade econômica e social, e que também ficou marcado pelo surgimento de grandes companhias da área de tecnologia.  A juventude abraçou a cultura grunge embalada pelos hits melancólicos do Nirvana, Alice In Chains, Pearl Jam e outros. O movimento começou na cidade de Seattle e foi se diversificando, passando pelo superficialismo e consumismo até a militância ambientalista e antiglobalizante. As expressões através das roupas, tatuagens e piercings foram marcantes, tanto quanto o aumento do consumo de drogas. Eram os primeiros traços de uma geração globalizada e irreverente.

Emergia também uma proeminente nação nerd que viria a encabeçar a pujante indústria.com. Pedidos de patentes se multiplicavam pelo Vale do Silício. Foi um longo ciclo de inovações que iria, pouco tempo depois, se propagar pelo mundo. O setor de telecomunicações abraçou a causa .com , implementando uma série de avanços estruturais para telefonia, entretenimento, mídia e marketing. Uma infinidade de plataformas digitais foram sendo criadas com fins específicos como: vídeo, chamada de voz, relacionamento, mensagem instantânea, música e etc… E foi essa miscelânea intensa que trouxe à cena uma nova legião de influenciadores digitais, como: blogueiros, youtubers, ativistas  e políticos que passaram a utilizar os canais para atrair seguidores e propagar conteúdos de interesse, o que impactou em todo um sistema de informações existente.

Se o Facebook expedisse passaporte, seria a nação mais populosa do mundo com mais de 2 bilhões de habitantes. Uma a cada quatro pessoas tem conta ativa no “Face”. No YouTube são assistidas mais de 1 bilhão de horas de vídeos por dia. Mas talvez seja mesmo o WhatsApp a rede social predestinada a ser a campeã de seguidores por não cobrar tarifa telefônica. No Google se realizam 87,8 bilhões de buscas por mês. As plataformas, canais e dispositivos digitais passaram a negociar: espaços, serviços, publicidade, produtos e serviços com os mais variados interesses comerciais e/ou institucionais. Nem mesmo Tim Berners-Lee, o criador do www teria imaginado a proporção do seu invento e a mudança de mentalidade e hábitos que ocorreriam a partir do surgimento da Web, o maior shopping center do mundo. Ali você encontra quase tudo. Tem Informação, música, amigos, relacionamento, lazer, diversão e….negócios

Em meados de 2016, o editor Craig Silverman, do site Buzzfeed, identificou uma onda de acesso em sites registrados na cidade de Veles, na Macedônia. Ele e um colega descobriram  a existência de pelo menos 140 sites com muitos cliques no Facebook. Os jovens de Veles estavam “plantando” notícias falsas em troca da publicidade. Eles criaram reportagens com títulos inusitados como: “Agente do FBI suspeito no caso de e-mails vazados de Hillary é encontrado morto”e “Papa Francisco choca o mundo e apoia Donald Trump”. O Departamento de Justiça americano abriu investigação para apurar eventuais crimes na campanha eleitoral americana daquele ano. O Facebook reconheceu que 126 milhões de seus usuários foram expostos às publicações de uma empresa ligada ao Kremlin, com estratégias favorecendo o então candidato Donald Trump. O Twitter, na mesma época, também identificou 3 mil perfis falsos existentes a favor de Trump.

Já não era novidade que ativistas e empresas de marketing se utilizavam de estratégias questionáveis para influenciar consumidores como a multiplicação de mensagens defendendo ou atacando excessivamente pessoas, empresas ou causas. O problema é que a descoberta do Buzzfeed parece ter definido a eleição do país mais rico do mundo. A descoberta de disparo de mensagens em série, uso de robôs, perfis falsos e fake news, veio a questionar a credibilidade e a confiabilidade de todo o tráfego da Web. As mensagens circulando repetidas vezes, por canais, formatos e perfis dos mais variados, passaram a ser questionadas. Montagens de fotos, mentiras e estupidez explícita passaram a ser deletadas e perfis bloqueados. Na outra ponta, veículos de comunicação são achincalhados e jornalistas não agredidos. Há sempre bons e maus profissionais em qualquer área, mas não podemos nos furtar da imprensa livre e democrática,  e do bom jornalismo… Além de que, cada um que se informe onde quiser.

Iniciativas como a do Sleeping Giants no Brasil trazem um alento que podem atenuar a desconfiança e o excessivo fluxo de informações na Web. O perfil no Twitter alerta as empresas para os conteúdos de veículos, pressionando-as a não anunciar em páginas que propaguem ofensas e desinformação. Já foram expostas contas da Dell, Claro, Tim, Samsung, Americanas e outras. O fundador Matt Rivitz atua para desidratar economicamente sites que publiquem fake news. A ideia é que gigantes como Google e Facebook monetizaram a internet com anúncios em escala que incluem até o que há de pior na Web. Rivitz preserva o lado apolítico. “Nunca foi sobre direita e esquerda. É sobre o certo e o errado. O ódio é ódio”. Em oposição ao Sleeping Giants, foi criado também o Gigantes Não Dormem. O primeiro ato foi um boicote à Dell por retirar anúncios do Cidade Online, de Mato Grosso do Sul com a #nãocompredell. A Dell respondeu com a #compredell. Nando Reis é mesmo um visionário.

@Valdir Jose Lanza

@Valdir Jose Lanza

Fundador da Êxodo Propaganda
Publicitário / Marketeiro

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