E quando o assunto é história de terror, autores como Stephen King, Lovecraft, Edgar Allan Poe e Bram Stoker são os mais citados. Mas hoje o autor é outro, falarei sobre Neil Gaiman, escritor britânico dos sucessos Coraline, Deuses Americanos e Sandman. Seus títulos nem sempre são exatamente de terror, mas, a maioria, faz o leitor se sentir em um cotidiano Halloween. Ao final deste blog, confira 3 HQs (com links de compra) que separei para você.
Bio mais rápida que um vulto
Com o estilo de escrita de tom humorístico sombrio, Neil Gaiman nasceu em 10 de novembro de 1960, em Portchester – Inglaterra. Seu primeiro grande crédito de autor foi em uma biografia da banda pop Duran Duran em 1984, antes disso, Gaiman trabalhou fazendo entrevistas e escrevendo críticas literárias como jornalista freelancer.
Assim como dizem que a leitura vem antes da escrita, o próprio Gaiman afirma que aprendeu a ler aos quatro anos de idade e que cresceu com forte amor pela ficção. Alguns títulos que ele lia na infância possivelmente influenciaram em seu gosto e estilo de escrita: The Haunting of Toby Jugg, de Dennis Wheatley, O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien e As Crônicas de Nárnia, de C. S. Lewis (Alice no País das Maravilhas sempre foi um de seus livros preferidos, já que o leu várias vezes quando criança ao ponto de sabê-lo de cor).
Gaiman e seu início na DC Comics
Por conta do sucesso de seu primeiro grande trabalho, a biografia de Duran Duran, foi que Gaiman conheceu o artista e ilustrador Dave McKean, e os dois colaboraram no quadrinho Casos Violentos (Escape Books – 1987). Esse título deu a eles o reconhecimento da grande editora DC Comics. Com isso, eles enviaram uma história e arte para a DC Comics, e o fruto disso foi Black Orchid (1988), uma nova minissérie desse personagem que ajudou a estabelecer o renascimento da DC no final dos anos 1980. (credito da foto)
Neil Gaiman e Dave McKean (Foto MPR/Euan Kerr)
Quadrinhos para adultos sem ser +18
A década de 80 representou a era de prata dos quadrinhos, títulos como Watchmen (1986–87) e Monstro do Pântano (1983–87), de Alan Moore, mais a versão ousada de Frank Miller de Batman, em The Dark Knight Returns (1986), são exemplos influentes de histórias sombrias e maduras que estabilizaram e expandiram o mercado de quadrinhos para diferentes públicos; Black Orchid fez parte disso.
Black Orchid 60 VS. Black Orchid 1988 by McKean (Imagem: CBR)
E em 1989 chegou The Sandman, que era um tipo completamente novo de história em quadrinhos, que se tornou um dos títulos emblemáticos da Vertigo, linha de séries de terror e fantasia com tema adulto da DC. Em relação aos quadrinhos convencionais, Sandman era diferente de tudo que tinha sido visto antes, sendo a primeira HQ a entrar na lista dos best-sellers literários do The New York Times.
As HQs The Sandman chegaram ao fim em 1996, e conquistou uma lista admirável de prêmios, sendo o título mais vendido da DC Comics na época. Gaiman também liderou as listas de best-sellers com seus romances Good Omens (com Terry Pratchett, 1990), Lugar Nenhum (1996), Stardust (1999; filme 2007), Deuses Americanos (2001) e com seu livro infantil Coraline (2002; filme 2009). Tais títulos entregam entretenimento a todos os gostos e idades.
O sombrio web-acessível
Gaiman não faz o tipo de blogueirinho, mas sempre dá sinal de vida no Instagram e no Twitter. Suas postagens geralmente são sobre natureza, família e, claro, livros! Sua autodivulgação nas redes é sutil, mostrando um perfil de um mero mortal que posta brownies, máscaras de terror, capas, arco-íris e cogumelos. (incorporar: https://www.instagram.com/neilhimself/ )
Sua passagem pelo Twitter não é despercebida
Uma curiosidade que rolou na rede do passarinho, foi que o ator Mason Alexander Park respondeu a um tweet de Gaiman sobre a produção da série Sandman, perguntando se o personagem Desejo já tinha ator escalado. Gaiman respondeu que não e enviou o e-mail da Diretora de Elenco de produção. Mason ganhou o papel e interpretou Desejo na série da Netflix.
A maior repercussão/polêmica envolvendo Sandman foi em 2020, quando um leitor questionou o autor pela série ter personagens LGBTQIA+, não-brancos e mulheres protagonistas, Gaiman respondeu:
Got it. So you want a Sandman without the LGBT+ people who were in it, without the female lead characters, and without the people of colour? Are you sure it will still be Sandman once you’re through?
Mesmo com críticas e apoios, essa discussão fez com que os detalhes das HQs fossem pesquisados e divulgados, aumentando a popularidade da série justamente por afirmar que ela seguia bem a história tradicional.
3 HQs by Gaiman que você pode curtir muito
Terror, tragicomédia e releituras, passe pelas HQs de Neil Gaiman e me diga nos comentários como foi a viagem.