Indústria 4.0  – A era das fábricas inteligentes

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A Indústria 4.0 (Não confundir com 4ª Revolução Industrial) é o movimento que surgiu na Feira de Hannover-Alemanha, em 2011, como parte da estratégia do governo alemão para desenvolver a manufatura do país. A intenção era conectar máquinas e sistemas para criar uma rede inteligente que pudesse controlar os módulos de produção de forma autônoma. De acordo com os idealizadores Siegfried Dais e Henning Kagermann, seis princípios caracterizaram o projeto.
 
Estamos vivendo um momento histórico: A Indústria 3.0, iniciada em meados dos anos 70, levou à automação e ampliou o uso da tecnologia da informação para a indústria, agregando mais valor, controle e velocidade à produção. Os especialistas defendem que estamos entrando no novo ciclo da Indústria 4.0 , a nova era das “fábricas inteligentes”. A Indústria 3.0 trouxe automação, controle e velocidade à produção. Já a 4.0 , promete elevar tudo à máxima potência. São 6 os princípios que irão permear essa nova indústria.
 
 

1) Interoperabilidade

A Interoperabilidade refere-se à capacidade dos sistemas em se conectar com os sistemas. Quanto mais sistemas conectados, mais dados são coletados e mais decisões em tempo real podem ser tomadas. Os dados coletados por uma fábrica, podem ser utilizados por toda a cadeia de valor da empresa, se houver uma forma de comunicação entre os sistemas. Essa comunicação se dá, tanto entre humanos e máquinas, quanto entre máquinas e outras máquinas. 
 
Os sistemas e dados coletados podem ser conectados a outros sistemas e diferentes setores, como marketing e financeiro, fazendo com que as decisões possam ser tomadas de forma rápida e integrada entre as áreas. Na Amazon, todos os sistemas são conectados: As interações de usuários com a Alexa, ajudam a indicar os melhores produtos disponíveis em seu site. E o resultado em vendas e a demografia, ajudam a empresa a alocar mais ou menos produtos em seus centros de distribuição. 
 

2) Modularidade

Desde a Revolução Industrial, o padrão da indústria passou a ser a produção serializada em massa. Essa produção era baseada no desenvolvimento de um mesmo produto já finalizado, mesmo que fosse impossível prever quantas unidades daquele produto realmente seriam vendidos. A Modularidade da Indústria 4.0 refere-se à capacidade da nova indústria em ter uma produção mais centrada na personalização, uma demanda cada vez maior do século XXI. 
 
Com os sistemas cada vez mais integrados (Interoperabilidade), o número de dados disponíveis nas indústrias será cada vez maior. Isso permitirá que, ao invés da produção ser serializada e massificada, ela se torne mais personalizada com seus componentes sendo baseados em módulos capazes de permitir a acoplação ou a desacoplação, por exemplo (daí o nome modularidade). 
 

3) Acompanhamento e decisões em tempo real

Outro princípio fundamental é a capacidade de reagir aos acontecimentos da cadeia de valor em tempo real, com decisões baseadas na integração entre diversos sistemas. Com um sistema totalmente integrado, levando-se em conta as áreas de marketing, financeiro,  vendas, operacional e outros; as indústrias possuem dados em tempo real para decidir onde alocar recursos e energia. Os gigantes do Market Place estocam produtos de forma aleatória nas prateleiras de seus centros de distribuição para facilitar a logística. 
 
Quando um determinado pedido chega, um computador central calcula a rota mais rápida que um humano ou robô irá percorrer para pegar os itens do pedido. Se os produtos iguais estivessem na mesma prateleira, como acontece com a maioria das empresas, o computador teria menos opções mais rápidas, para oferecer ao coletor de pedidos. Como os produtos são distribuídos de forma aleatória, há milhões de rotas disponíveis. Muito mais do que se os mesmo produtos estivessem no mesmo local. 
 

 

4) Descentralização

A descentralização de sistemas é outro princípio da Indústria 4.0 . Na Indústria 3.0, é comum que um grande sistema central tenha que lidar com mínimas decisões envolvendo diversas áreas. Com a integração dos sistemas como mostramos na interoperabilidade, a descentralização é possível pois, cada área pode tomar decisões de melhorias baseadas nos dados que recebe em tempo real, sem que um sistema decisor central precise fazê-lo, diminuindo o tempo e aumentando a agilidade do processo. “Quanto mais pudermos descentralizar a inteligência nas indústrias, mais rápido os sistemas tomarão as decisões de como melhorar tarefas”. Samuel Schärer. 
 

5) Virtualização 

Tecnologias como Realidade Virtual e Realidade Aumentada muitas vezes são lembradas apenas como atrativos para o mundo dos filmes e jogos, mas o seu potencial para a indústria é incalculável. Com essa tecnologia é possível criar um mundo virtual, fazendo com que os profissionais possam visualizar produtos e comportamentos de equipamentos de forma real, sem nenhum perigo à integridade física. Muitas experimentações podem ser realizadas com a virtualização do comportamento de materiais em diferentes situações. “A Virtualização é um dos mais importantes princípios da Indústria 4.0 , permitindo fazer coisas impossíveis no passado” – Dr. Kerstin Höfle. 
 

6) Orientação por serviço

O sexto princípio da Indústria 4.0 é o da Orientação por serviço, que se refere à conexão de humanos e máquinas para a realização de determinadas tarefas. Esses serviços podem ser, por exemplo, a movimentação de um determinado produto de uma localização a outra de forma automatizada, como acontece nos grandes centros de distribuição onde robôs fazem a coleta de produtos.

 

A quarta Revolução Industrial é fruto das três anteriores
 
 
Analisando por um ponto de vista histórico, é possível afirmar que o advento da Indústria 4.0 tende a causar mudanças significativas na sociedade organizada, tanto nas relações de trabalho e empregabilidade, como também aos benefícios que as transformações da indústria podem trazer à sociedade. Haja visto que todas as etapas que foram sendo vencidas ao longo do tempo, trouxeram medidas transformadoras desde os primeiros movimentos da Revolução Industrial, ainda no Século XIX.
 
 
1ª Revolução
 
Na segunda metade do Século XVIII, sobretudo entre 1760 e 1840, foi dado o primeiro passo para a mudança da produção até então artesanal para o processo industrial. O modelo surgiu inicialmente na Inglaterra e em seguida se expandiu para os EUA e a Europa Ocidental. O período foi marcado pela introdução das primeiras máquinas nos processos produtivos, bem como a fabricação de produtos químicos e a expansão do transporte de pessoas e produtos, sobretudo por ferrovias e navios a vapor.
 
2ª Revolução
 
Já no período entre 1850 até 1945, a nova onda se apoiou no desenvolvimento das indústrias: química, elétrica, de petróleo e aço. Houve um avanço sensível nos meios de transportes e de comunicação. Os navios passaram a ser de aço. O avião, a refrigeração mecânica e o telefone foram criados nesse período, quando foi criada a “linha de produção em massa”. Mas a grande novidade era mesmo a energia elétrica. Os veículos começam a tomar conta dos centros urbanos e há uma grande expansão da malha viária.
 

 

3ª Revolução
 
A terceira revolução industrial (1950 – 2010) foi marcada por grandes invenções que se somaram ao longo do tempo: o microchip, o computador pessoal, a internet, o telefone celular, a robótica e outros. O advento da  Guerra Fria, promoveu grandes avanços na ciência como a viagem do homem à Lua (1969). O período também se distingue pela introdução de novas fontes de energia: nuclear, solar, eólica e pelo desenvolvimento da genética e da biotecnologia. A tecnologia também introduziu novos métodos para o agrobusiness.
 
4ª Revolução
 
Já a quarta revolução se iniciou em 2011, segundo dados deSchwab,o  presidente do Fórum Econômico Mundial e autor do livro “A Quarta Revolução Industrial”. Ele pontua que essa nova onda está ligada à Indústria 4.0, modelo que já tinha o objetivo de utilizar todas as tecnologias disponíveis para gerar conhecimento e produtividade. “O que batizaram agora como Revolução 4.0,  iniciada em 2011, tem a ver com a confluência de praticamente todas as tecnologias existentes que efetivamente impactam no mundo todo”.
 
 
Sociedade de Consumo
 
Sociedade de consumo é um termo utilizado para designar o tipo de sociedade que se encontra em uma etapa avançada de desenvolvimento industrial, onde há elevada produção de bens e serviços que aumenta sobremaneira a oferta de produtos e o consumo. As ondas são marcadas pelos pontos de inflexão que trouxeram mudanças significativas para a sociedade, que hoje denominamos disruptivo, quando um invento altera significativamente o modus operandi do mercado. 
 

Vale ressaltar que cada uma dessas revoluções deixou um legado à sociedade. O trem, os navios e os automóveis aproximaram povos e estimularam o comércio mundial. A indústria de base criou os alicerces da sociedade de consumo. O microchip, a internet e os PCs possibilitaram ao homem, empreender na garagem de casa e criar o universo digital. Nessa quarta onda, as máquinas entram definitivamente em disputa com o homem. É um novo olhar do homem em sua relação com o trabalho. 
 
O advento da indústria 4.0 , pressupõe uma profunda alteração da relação do trabalho entre os seres humanos e as máquinas. O papel que o homem vai ocupar na próxima onda será estratégico, pontual e analítico. Às máquinas, serão monitoradas pelos homens e os parques industriais passam a exercer quase 100% dos serviços braçais. Isso gera redução de custos, dá mais agilidade ao processo e velocidade ao cliente. Haverá uma reordenação de profissionais de categorias históricas que terno que ser realocados. 

 

Dados divulgados do European Parliament Research Service informam que a economia mundial será influenciada pela Indústria 4.0 com potencial de gerar ganhos de eficiência de até 8%. Mas, pelo lado negativo pode agravar o número de ciberataques e fake news, além da possibilidade do uso de Inteligência Artificial para fins ilícitos. O esperado é que, mais de uma vez, o homem terá que se adaptar à evolução dos processos que ele mesmo criou, e se inteirar com as novas tecnologias. Os novos profissionais terão que se reinventar.
 

Mercado de trabalho 4.0
 
Como será o futuro das profissões? As máquinas vão substituir o homem?  Seremos uma nova geração de desempregados funcionais ou de empregados informais? As pessoas serão treinadas apenas para serviços digitais? Essas e outras perguntas ficam martelando na cabeça dos trabalhadores, dos estudantes e dos empreendedores, e com razão. 
 

Apesar de alguns céticos apostarem no fim do emprego, já que a automação é um dos principais pilares da 4a onda, isso não significa a extinção das profissões convencionais e muito menos a imediata implementação dos 6 princípios de Dais e Kagermann. Haverá formas diferentes de se trabalhar com novas demandas, novas profissões e novos profissionais. 

 

Muitos postos de trabalho não vão mais existir na forma que conhecemos hoje. Novas competências serão inseridas em cursos de formação a partir do desenrolar dessa nova onda que vivemos. Novas tecnologias serão empregadas e caberá ao homem as funções de: analista, projetista, controller, designer, desenvolvedor e tantas outras profissões que surgirão. 

 

É muito provável que a chegada da indústria 4.0 traga uma série de demissões para as indústrias que se adaptarem a essa novo modelo. Estamos falando de países industrializados como EUA, Canadá, Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido, França. Os países como o Brasil, ainda estão engatinhando nesse processo. O problema é que não podemos esperar o bonde da história. 
 
 
O Futuro do Trabalho
 
Como será o mundo do trabalho até 2030 e além? Ainda estamos correndo para trabalhar todas as manhãs para deixar nossas empresas ou escritórios no início da noite, como muitos de nós ainda estamos fazendo nas economias avançadas? Estamos cada vez mais nos parecendo com os vendedores onipresentes dos países em desenvolvimento, tentando comercializar nossos produtos e serviços, não nas ruas, mas por meio de plataformas de negociação on-line, recrutando seguidores, construindo network e se apresentando como um veterano expert da web
 
 
Ainda teremos trabalho ou todos os produtos e serviços imagináveis serão gerados, produzidos e entregues por máquinas inteligentes, robôs e drones? Ainda operaríamos os robôs para facilitar nossa vida profissional ou seriam os robôs que nos diriam o que fazer e como fazer? Quem seria o dono desses robôs e receberia os encarnados que eles produzem? Esse novo mundo permitirá que um número cada vez maior de pessoas desfrute de uma encarnação decente de nossas próprias mãos ou estaremos cada vez mais dependentes do sistema de seguridade social ou mesmo da atividade benevolente de doadores privados ricos? 
 
Nenhuma previsão atualmente disponível pode responder a essas perguntas. É demasiado complexo e distante prever esse futuro e os desdobramentos do que estamos buscando como resposta. Essas são as preocupações que cada vez mais pessoas estão levantando, preocupadas com o rápido avanço das mudanças tecnológicas e a incerteza política e econômica que a década anterior trouxe. Inúmeros relatórios e documentos foram emitidos sobre a questão do futuro do trabalho, tentando destrinchar os diferentes aspectos que influenciarão nosso modo de viver e trabalhar e sua evolução nas próximas duas décadas.
 
 
A maior parte dos analistas se concentra nas mudanças tecnológicas que o mundo do trabalho atravessa atualmente, como a utilização de máquinas inteligentes e robôs, inclusivamente em países que, até pouco tempo atrás, eram descritos como países de baixos salários. Alguns outros incluem questões relacionadas aos desafios ambientais, mudanças climáticas, mudanças demográficas e a esperada desaceleração do crescimento populacional. Até agora, a complexidade da previsão de mudanças, impediu de reunir as diferentes dinâmicas econômicas, sociais e políticas que estão moldando o futuro do mercado de trabalho. 
 
Parece haver uma necessidade urgente da reorganização das relações trabalho, que foram redimensionadas a partir do surgimento da Pandemia do Covid 19. A adesão maciça do home office, as ferramentas de videoconferência, as novas plataformas digitais e a forma que se estabeleceram os novos contratos de trabalho, deixam evidências de que é possível se trabalhar de formas distintas. Muitas das mudanças destacadas por diferentes estudos trazem o perfil desse um novo profissional: workholic, criativo, tecnológico e interativo. Esse novo ente, certamente terá menos problemas de adaptação do que um empacotador de market place 
 
 
As principais características do profissional do futuro passa obrigatoriamente pela sua competência, entendimento do processo e assertividade para exercer suas funções(muitas que ainda nem existem), mas também passa pela nova visão profissional que valoriza o meio ambiente, a saúde, a qualidade de vida, a segurança e a liberdade de expressão. Cada uma dessas referências são avaliadas por esse novo perfil. As novas relações de trabalho, serão influenciadas por esses novos referenciais predominantes: tecnologia, demografia, meio ambiente, política, saúde e qualidade de vida. Essa temática vai fortalecer e desenvolver esse novo profissional 4.0.

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13 respostas

  1. As pessoas devem ficar atentas a esta nova tendência.
    Agilidade, trabalhar com dados, sistemas na nuvem, realidade aumentada, realidade virtual, blockchain. Muitos e novos conceitos devem fazer parte desta tendência.
    Aos jovens, devem ficar atentos e estarem sempre buscando novas atualizações, novas linguagens de programação, enfim, um aprendizado constante. Ninguém terá sozinho a chave do sucesso, a integração de conhecimentos sempre deverá estar presente e disseminada para engrandecimento de todos e sucesso da empresa.

    1. Obrigado pelo comentário Carlos Alberto. É um mundo novo e instigante. Você falou muito bem, ninguém tem as respostas para como e onde vamos chegar, mas quem apostar no conhecimento e na especialização já sai na frente desse novo momento que está logo ali .

    1. Excelente texto, as pessoas devem estar sempre se atualizando e buscando estar aptos nesse novo mundo, a tecnologia veio para ajudar a todos.
      Parabéns pelo trabalho

  2. Excelente artigo. Infelizmente, pude ver que hoje as faculdades estão pouco atualizadas em relação a isso. Profissionais graduados, começando a carreira e nao tendo muito a noção de grandes ferramentas de BI, data science, etc. Para empresa, ela acaba tendo que treinar este profissional, que poderia ja estar mais pronto. Resta saber como será daqui pra frente…

    1. Obrigado pelo comentário Guilherme. Acredito que as Instituições de ensino estão passando por um processo delicado. De proprietárias do conhecimento, elas passam a ser facilitadoras, instrutoras ou tutoras do processo ensino & aprendizagem. Você tem toda razão. É muito comum encontrar recém formados que não apresentam as habilidades e competências indispensáveis para o 1º emprego.

  3. O futuro é a industria 4.0, inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem estão sendo implementados mudando a forma com que as coisas são produzidas.

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