Elon Reeve Musk é um empresário sul-africano que se mudou ainda jovem para o Canadá e depois se naturalizou norte-americano. É o fundador e CEO da SpaceX e da Tesla; é vice-presidente da OpenAI(Inteligência artificial); também fundador e CEO da Neuralink(Neurotecnologia) e presidente da SolarCity(Serviços de energia solar). Ele foi apontado no ranking da Revista Forbes divulgado em 5 de abril de 2022, a pessoa mais rica do mundo com uma fortuna avaliada em US$ 219 bilhões ou R$ 1,021 trilhão, ultrapassando Jeff Bezos da Amazon. Elon Musk é sem dúvida um dos mais criativos e inovadores empreendedores do Planeta e tem demonstrado publicamente preocupações com temas como a extinção da humanidade e soluções para os problemas contemporâneos.
Muitas das questões cruciais do Século XXI fazem parte do seu trabalho à frente das empresas que controla, como a redução do aquecimento global, a utilização de energias renováveis, o projeto multiplanetário (colonização de Marte) e o desenvolvimento seguro da AI( Inteligência Artificial ). Em janeiro de 2011, a SpaceX foi a primeira empresa a oferecer pacotes comerciais de viagens até a Lua. A missão ocorreu em 2013, contratada pela Astrobotic Technology com o objetivo de colocar um pequeno jipe na superfície lunar, e que não foi possível realizar. Em 2012, lançou o Tesla Roadstar, primeiro modelo da montadora de veículos elétricos, ao preço de U$ 92 mil dólares. Em 2023, a Tesla lançará a segunda geração do veículo.
Nos últimos anos Elon Musk também vem colecionando polêmicas por declarações de fatos não comprovados e excesso de exposição para seus projetos mirabolantes. Ele foi processado pela comissão de valores Imobiliários dos EUA-SEC por ter tweetado que garantia o financiamento para a aquisição de um Tesla. Acabou fazendo um acordo que o deixou fora da presidência por algum tempo, além de restrições ao uso do Twitter. Em 2018, foi processado por difamação pelo mergulhador britânico que ajudou no resgate de 12 garotos de um time de futebol que ficaram presos na caverna de Tham Luana, em Chiang Rai – Tailândia. Na ocasião ele insistiu em enviar uma cápsula (mini-submarino) para o local a fim de resgatar os garotos. A ação foi vista como propaganda de oportunidade.
Em 5 de Setembro de 2018, Musk atacou o mergulhador Vernon Unsworth e um repórter do Buzzfeed News publicou seu e-mail nada diplomático: ”Sugiro que você chame as pessoas que conheça na Tailândia, descubra o que está havendo de verdade e pare de defender estupradores de crianças, seu idiota do cacete. E quanto a essa ameaça alegada de processo, que magicamente apareceu quando levantei a questão. Eu espero pra caralho que ele me processe.” Musk confirmou o e-mail e Unsworth abriu um processo na Corte Federal de Los Angeles, em setembro de 2018. No processo consta que: “Musk embarcou numa campanha de relações públicas para destruir a reputação dos mergulhadores ao publicar notícias falsas e hediondas acusações de criminalidade contra ele ao público”.
Durante a Pandemia do COVID-19, Musk andou espalhando informações falsas e recebendo críticas de especialistas por opiniões e posturas sobre temas como: Inteligência artificial, criptomoedas, transporte público e outros assuntos. Há em curso ainda um imbróglio jurídico com questões relacionados às regalias recebidas pelas suas empresas Tesla, SolarCity e SpaceX, que supostamente se beneficiaram de um apoio do governo estimado em US$ 4,9 bilhões. De acordo com matéria publicada pelo The Times, as empresas receberam uma variedade de incentivos governamentais que incluiu subsídios, incentivos fiscais, construção de fábricas, empréstimos com desconto e créditos ambientais, além de créditos fiscais e descontos para compradores de painéis solares e/ou carros elétricos com juros generosos.
Em 4 de abril de 2022, Elon Musk de forma surpreendente comprou 9,2% da ações do Twitter e se tornou o maior acionista da empresa, mas abriu mão de uma cadeira no Conselho. 10 dias depois ele fez uma proposta de US$ 43 bilhões para arrematar a Rede Social do passarinho, inteira. Ele também especula sobre a possibilidade de fechar o capital da empresa, da mesma forma que o fez há alguns anos atrás com a Tesla, que ficou só na hipótese. Uma movimentação nesse sentido poderia levar a revisão do propósito da empresa. Musk aparenta ter uma visão própria sobre o futuro do Twitter como: “o potencial de ser a plataforma para a liberdade de expressão global”, mas questiona que no seu formato atual: “não vai prosperar ou atingir esse imperativo social”.
Elon Musk pode estar fazendo o papel daquele jogador de pôquer que aposta alto para sentir o ânimo do adversário. Ele na verdade quer saber quem quer sair e quem ficar na companhia. A partir do momento que a sua proposta é pública, as ações do Twitter sobem, o que o beneficia. Se a oferta for aprovada, ele traz para dentro do seu conglomerado uma rede social de primeira linha. O Twitter tem 1.3 bilhão de contas ativas e 217 milhões de usuários ativos diários e monetizáveis. Mais de 500 milhões de tweets são postados todos os dias na Rede. Se a oferta for recusada, Musk também pode optar por vender suas ações e seguir atrás de outra rede social pra chamar de sua. De qualquer forma Rede Social é um ativo que está no radar do homem mais rico do mundo.
É fato que uma rede social própria permitiria discursos que usualmente são restringidos em outras redes, inclusive com implicações na justiça. Políticos são o perfil ideal do Twitter. São eles que mais necessitam sair na foto. Pela especificidade de suas empresas, existem uma série de demandas ligadas ao poder público e as agências governamentais. Grandes líderes mundiais expõem suas ideias no Twitter a fim de alcançar novos apoiadores e eleitores. Nesse sentido que Musk enxerga a grande oportunidade que a aquisição representaria. Ele poderia implantar uma visão de capilaridade global. As más línguas especulam que um Twitter remodelado seria a plataforma dos sonhos para uma nova campanha de Donald Trump.
Mas gerir uma companhia de 11 dígitos não é coisa pra amadores. O Twitter deu o troco com uma manobra corporativa conhecida como poison pill ou “pílula do veneno”. A medida é para atrapalhar a proposta de Musk. A estratégia permite que a empresa inunde o mercado com novas ações e/ou facilite para que acionistas minoritários comprem ações a preços mais vantajosos. É um artifício criado para desencorajar investidores vorazes que fazem oferta hostis sem negociar bases, critérios e condições com o Conselho. A “pílula” é acionada com qualquer oferta acima de 15% da Companhia. Há que se observar que, além de Elon Musk e Jack Dorsey o fundador do Twitter, também têm participações expressivas no Conselho do Twitter: Vanguard Group, Morgan Stanley e Black-Rock Fund Advisor…
Caso Elon Musk arremate mesmo o Twitter, provavelmente vai colocar o estilo Musk na forma de governança. As Redes Sociais dançam conforme a música. O melhor exemplo disso é o Telegram que se recusou a excluir publicações de contas e foi banido de alguns países. Novos tipos de interação, mandatórios e tecnologias serão sempre bem-vindos, principalmente quando o assunto é Rede Social. Cacife pra inovar não falta. Talvez Mr. Musk esteja um pouco mais contido depois da sequência de conflitos, ou não… Mas se pensarmos num ambiente de Indústria 4.0, Inteligência Artificial e Voos Comerciais à Lua, não parece provável que alguém em sã consciência compraria a rede social mais have user do mercado para transformá-la em algo como: “1984 e o Grande Irmão”.