Os 100 anos da semana da arte moderna

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Artistas da semana da arte moderna

O Modernismo foi o movimento que impactou profundamente os aspectos culturais da sociedade brasileira na primeira metade do século XX. Eram tendências lançadas na Europa antes da 1ª Guerra Mundial e que vinham se disseminando ao redor do mundo, como: o Cubismo, o Dadaísmo, o Expressionismo, o Futurismo e o Surrealismo. As novas linguagens foram sendo assimiladas em detrimento do Vanguardismo.

Retirantes (1944) | Cândido Portinari. 

Ainda que não fosse uma unanimidade, a Semana de 22 ganhou força, superando todas as tendências anteriores do romantismo, realismo e parnasianismo. Artistas, escritores, músicos, professores, jornalistas e intelectuais se concentraram nesses cinco dias como se estivessem se libertando de mandatórios e padrões seculares. A cada dia era trabalhada uma vertente: pintura, escultura, poesia, literatura e música.

O poeta Manuel Bandeira, o sociólogo Gilberto Freyre, o pintor Vicente do Rego Monteiro e as manifestações populares como o Frevo e a Literatura de Cordel fizeram do Recife também uma referência do Modernismo. Paulo Herkenhoff, ex-curador do Museu de Arte Moderna de Nova York, pontua: “A história de Pernambuco tem o desafio de enfrentar o
colonialismo interno e o apagamento de sua história”.

                                                                                Vicente do Rego Monteiro.

O Modernismo no Brasil é dividido em três fases: a Heroica, a fase mais radical marcada pela contestação do período vanguardista; com conflitos e desavenças. A segunda, mais tranquila, foi da Geração de 30, que formou poetas e romancistas, mas ficou marcada pelo início das críticas político-sociais; do regionalismo de José de Alencar e Gonçalves Dias e do arretado sotaque da prosa nordestina.

A terceira fase, chamada de pós-modernista, foi a da Geração de 45, que se opunha ao radicalismo e que, por vezes, era ironizada como “parnasianos”. O estilo possuia características híbridas, mas a relevância era mesmo pela estética e pela predominância da literatura. Essa geração viveu os horrores do nazifascismo e da Guerra Fria, sendo marcada pela repressão, pela censura e pela ditadura de Getúlio Vargas.

Participaram da Semana de 22 nomes consagrados como: Agenor Fernandes Barbosa, Di Cavalcanti, Guilherme de Almeida, Heitor Villa-Lobos, Menotti Del Picchia, Plínio Salgado, René Thiollier, Sérgio Milliet, Tácito de Almeida, Víctor Brecheret e outros. Tarsila do Amaral, que na época estava em Paris, é uma das artistas mais consagradas do Brasil e do mundo. Soube como ninguém tropicalizar o Modernismo.

 Operários | Tarsila do Amaral

A Semana de Arte Moderna é um evento sem precedentes na história do Brasil. Fomentou a renovação de linguagens, a experimentação de novas tendências e a liberdade criativa em formas e formatos. Inaugurou também conceitos disruptivos como: a declamação de poesias (antes só escritas), os concertos musicais (antes só cantados) e as artes em esculturas, painéis e desenhos arrojados (antes só em telas).

São Paulo, 22 de fevereiro de 2022.

 

 

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