No tête à tête do rádio

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RÁDIO é o veículo de comunicação que emite informações sonoras através de ondas eletromagnéticas em diferentes frequências. Trata-se do meio de informação mais próximo dos indivíduos e das comunidades,  favorecido pela capacidade de cobrir acontecimentos de forma imediata e a instantaniedade com que elabora seus conteúdos. A recíproca do ouvinte é verdadeira.Rádio se ouve trabalhando, dirigindo, cozinhando, malhando, brincando, torcendo, jogando ou o que seja…

A descoberta da indução magnética em 1831, pelo físico/químico inglês Michael Faraday, foi o embrião da inovação radiofônica. Mas foi só em 1887, quando um outro físico, o alemão Henrich Rudolph Hertz comprovou a semelhança entre ondas eletromagnéticas e luminosas e que ambas se propagavam a 300 mil km por segundo, constatando que elas se refletiam e se refratavam com os mesmos fenômenos de interferência e difração. Hertz virou nome da unidade de frequência.

Henrich Rudolph Hertz

A primeira rádio que se têm notícia na história foi a emissora fundada em Londres pelo cientista italiano Guglielmo Marconi, no ano de 1896, ainda com emissão e recepção de sinais sem fio. No ano seguinte, Oliver Lodge inventou o circuito elétrico sintonizado e criou o dial, que possibilitou aos ouvintes a escolha da frequência desejada.

A primeira transmissão de rádio no Brasil foi quando das comemorações do Centenário da Independência do Brasil, em 1922 no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Epitácio Pessoa. Na ocasião, 80 receptores foram importados. Ainda assim, o rádio passaria por várias fases até chegar próximo ao sistema que temos hoje.

A primeira música tocada na rádio no Brasil:  “O Guarani” de Carlos Gomes

 

Linha do Tempo:

1896 – Guglielmo Marconi estabeleceu em linha telefônica os sinais de rádio. À invenção, Marconi daria o nome de telégrafo sem fio.

1901 – Primeira transmissão de evento esportivo: Regata de Kingstown para o jornal de Dublin. Marconi recebe o Prêmio Nobel de Física.

1906 – Primeira transmissão de voz e música por ondas de rádio, em Massachusetts nos Estados Unidos.

1915 – Os inventos de Marconi também desencadearam disputas judiciais que fizeram o americano Nikola Tesla reivindicar a patente do rádio.

1917 – A 1ª Guerra Mundial foi o mais significativo fator limitante à difusão do rádio, embora já existissem centenas de emissoras.

1921/22 – A primeira transmissão de voz ocorreu em 1921 e foi introduzida às ondas curtas em 1922.

1923 – É fundada a primeira emissora brasileira: A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, hoje Rádio MEC criada para atuar sem fins comerciais.

 

1923 – Recife recebe a primeira emissora Rádio Clube de Pernambuco.

 

1924 – Regulamentação da atual faixa de ondas médias, compreendidas entre 550 e 1550 KHz.

 

1927 – O rádio passa por um processo de massificação com transmissão de discos diretamente ao microfone e se profissionaliza com a contratação de artistas, programas de auditório, radionovelas e humorísticos. Surge a Era de Ouro do Rádio.

 

1931 – Inauguradas as rádios Record e América de São Paulo. São vendidos os primeiros receptores com o nome das estações no dial.

 

1932 –  O Governo de Getúlio Vargas autoriza a publicidade no rádio.

 

1933 – Surge a Sociedade Rádio Educadora de Campinas que, em 2002, passou a se chamar Rádio Bandeirantes AM.

 

1935 – Vai ao ar o programa político “A Voz do Brasil”.

 

1936 – É fundada a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, marco na história do rádio no Brasil com programas de auditório, comédias e rádio-novelas. Líder de audiência por mais de 10 anos, gravava sua programação para transmitir para outras cidades brasileiras.

 

1937 – Inauguração da Rádio Bandeirantes de São Paulo, primeira emissora do país a divulgar notícias durante toda a programação.

 

1938 – Início das operações da Rádio Globo no Rio de Janeiro, que viria a ser a rádio AM mais popular do país.

 

1941 – A Rádio Nacional lança o Repórter Esso, primeiro rádio/jornal do país. Também entra no ar a primeira a novela: “Em busca da felicidade”.

 

1943 – A Suprema Corte dos Estados Unidos reconhece Marconi como o verdadeiro inventor do rádio.

1946 – O surgimento dos gravadores de fita magnética proporciona maior agilidade para o veículo rádio.

1955 – Primeira transmissão experimental de Rádio FM com a Rádio Imprensa do Rio de Janeiro, extinta no final de 2000.

1967 – Criação do Ministério das Comunicações.

1990 – A Rede Bandeirantes se torna a primeira emissora no Brasil a transmitir via satélite para mais de 80 regiões do país.

1991 – O grupo Globo lança a CBN,  especializada em jornalismo e, em 1996, começam as transmissões simultâneas em AM e FM.

2005 – Comemoração dos 84 anos do Rádio Brasileiro. Primeiras transmissões no sistema digital.

2022 – O Brasil conta com mais de 3.000 emissoras de rádios AM/ FM

O ouvinte de rádio

Os ouvintes consideram o rádio, o veiculo mais confiável na veracidade das notícias. Ele está presente no café da manhã, no almoço e no jantar. As pessoas ouvem rádio em casa, na rua, no trabalho, no campo de futebol, em eventos e promoções. É o companheiro de todas as horas e o veículo de maior penetração nos lares.  

O rádio é o veículo com o maior número de empresas, 35,5% no segmento de comunicação, seguido da mídia impressa com 29%, do segmento online com 25,8% e das TVs com 9,8%. São 9.184 emissoras de rádio no país cobrindo 77% da população e 93,4% do território nacional. 60% dos brasileiros ouvem rádio todo dia, na média de 4h41min/dia. 

Todas as 25 marcas mais valiosas do país anunciam em rádio. O investimento cresceu nos últimos anos especialmente nos segmentos de: supermercado, educação e saúde, destacando as novas estratégias promocionais de: mídia, praças, formatos, promoções multiplataformas e outras formas de interação com o público. 

As rádios online estão abocanhando uma fatia importante do mercado com serviços de transmissão via internet ou streaming, em conteúdo gravado ou ao vivo. As emissoras têm ofertado pacotes agregados pelo website, estabelecendo uma relação ampliada de serviços que complementa o formato tradicional do rádio. 

Há que se ressaltar o papel do rádio na prestação de serviços para a população em questões de segurança, desastres naturais, ocorrências policiais, estado de calamidade pública, acidentes de trânsito e o imprescindível trabalho realizado ao longo da Pandemia, além de outras situações em que o rádio desempenha seu importante papel no bem estar da sociedade. 

Aplicativo Radio Garden

Os 85 anos da rede Bandeirantes de rádio

A emissora Sociedade Bandeirante de Radiodifusão foi inaugurada em 6 de maio de 1937 por José Pires Oliveira Dias, em São Paulo. Mas foi na voz de Joaquim Carlos Nobre que a Rádio Bandeirantes entrou no ar pela primeira vez: “Boa Noite, Senhoras e Senhores. Está no ar a Rádio Bandeirantes.”

Joaquim Carlos Nobre, Tito Lívio Fleury Martins, Mário de Carvalho Araújo e Plínio Freire de Sá Campello faziam a alegria dos ouvintes. Em 1944, a rádio foi comprada por Paulo Machado de Carvalho, que depois a vendeu para Adhemar de Barros. No ano seguinte, João Jorge Saad, seu genro, assumiu a cia., em poder da família até os dias de hoje. 

Em 1990, a Rádio Bandeirantes iniciou as transmissões via satélite com a Bandsat que possui 7 emissoras próprias e mais de 50 afiliadas espalhadas pelo país retransmitindo as jornadas esportivas e programas consagrados há décadas como: Jornal Primeira Hora, Jornal Gente e Bandeirantes A Caminho do Sol. 

Na programação jornalística da qual é líder absoluta, contou nesses anos em seus quadros com ícones do rádio brasileiro como o impagável José Paulo de Andrade que apresentou “O Pulo do Gato” durante 47 anos. O simplificador da economia, saudoso Joelmir Beting. E o gigante da cultura, Salomão Ésper, entre tantos outros talentos da “Band”.  

Não há como desassociar a Rádio Bandeirantes do esporte. É a única emissora que transmitiu todas as Copas do Mundo desde 1950. Tem em seu time craques do esporte como Cláudio Zaidan, Elias Jr., Ricardo Capriotti, Alexandre Praetzel, Ulisses Costa e o espalhafatoso Milton Neves com sua memória de elefante e suas raízes muzambinhenses.

José Paulo de Andrade

O rádio vive

O rádio sobreviveu ao tempo e ao vento e ainda tem uma boa quilometragem para surfar a onda da tecnologia. Os “pacotes de serviços” associados às plataformas online podem promover a renovação das emissoras. Segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, o rádio está em aproximadamente 88,1% das residências do Brasil.

O veículo se atualiza como um camaleão. As emissoras perceberam que os novos tempos vieram para inovar em estilo, formato, serviços, parcerias, promoções e, claro, performance. O novo rádio é web, é streaming, é híbrido, é customizado, é informativo, é tecnológico, é interativo, é serviço, é emoção, é cultura e é pop…

O rádio é o único meio de comunicação onde a relação radialista/ouvinte extrapola as ondas eletromagnéticas. A linguagem, os horários, os âncoras, as brincadeiras e a emoção são únicos. Não há nenhum veículo com intimidade similar. Essa relação é duradoura, sincera e fiel ao longo de anos, de décadas ou de uma vida toda.

O rádio é o veículo da informação e da prestação de serviços mas também é sinônimo de música. Após dois anos de pandemia e lockdown, há que se aproveitar as novas iniciativas promocionais como os festivais João Rock, Lolla Palozza e Rock in Rio; e shows como Coldplay, Kiss e Iron Maiden para retomar os grandes eventos músicais.

O rádio está para a propaganda como a web está para o marketing. É uma excelente opção para qualquer plano de mídia. Traz a mensagem diretamente ao ouvinte. Qualquer um pode ser impactado pelo rádio aonde estiver. O rádio é interativo, propositivo e tem credibilidade. As possibilidades são infinitas. O rádio nunca esteve tão vivo.

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7 respostas

  1. Gosto muito do conceito de “rádio” de antigamente. Quando os cantores iam se apresentar ao vivo quando não era fácil o acesso as músicas em si, e acho interessante como o conceito se adaptou para sobreviver e ainda assim tem uma grande expressão.

    1. Obrigado por comentar Giovana. O rádio está vivo na sociedade, na rua, nas praças, na balada e nas informação qualificadas. O Rádio é eterno.

  2. Lembro muito dos tempos em que escutava os jogos do santos pelo rádio pois eu nem tinha tv a cabo. Hoje em dia escuto outros programas, mas ainda gosto deste veículo de imprensa, acho muito melhor que os podcasts.

  3. Lembro de estar na casa dos meus avós aos domingos e ficar ouvindo ao jogo do meu time, sempre que meu pai me levava para a escola ouvíamos o Pulo do Gato na rádio Bandeirantes. Excelente matéria parabéns

  4. Rádio, ultrapassa o sentido visual quando havia novelas. E sua importância na comunicação deve ser lembrada. Um sistema que no mundo hodierno é considerado antigo ou até arcaico é bom ver que ainda possui sua presença nessa era tecnológica.

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