Assistir a uma série, participar de um evento em casa ou ouvir Calvin Harris pelo aplicativo… Tudo isso seria impensável há 20 anos. O streaming é a tecnologia de transmissão contínua de conteúdo digital que utiliza o buffer. Antes, era preciso baixar arquivos com downloads de discos rígidos ou dispositivos de armazenagem.
Existem dois processos distintos: no streaming on demand, o conteúdo fica salvo no servidor e é acessado pelo site ou app. É a forma que utilizamos o Spotify ou a Netflix; já na live streaming, a transmissão é em tempo real, como num programa ao vivo. Esta é a forma que se popularizou nas redes sociais entre influenciadores e famosos.
A rádio online só existe graças à live que também serve de plataforma para cursos, treinamentos, congressos e reuniões. A live permite ainda que as pessoas assistam jogos, casamentos (imagem acima), formaturas, nascimentos, esportes radicais e uma infinidade de eventos em tempo real, apenas com um smartphone linkado na web.
A progressive networks foi a precursora do streaming com o Real Video. A Apple trabalhava com o Quick Time, e a Microsoft com o Windows Media Player. Cada companhia tinha seu software específico que deveria ser baixado. A compactação era um problema. Muitos vídeos travavam pois rodavam com poucos frames por segundo.
Mas novidades empolgavam. Em 1995, o jornal Seattle Times referia-se à partida de baseball entre Seattle Mariner e New York Yankees de forma apoteótica, “o dia em que o torcedor ouvirá o jogo ao vivo de qualquer lugar do mundo por via de um computador pessoal chegou”, bradava o locutor. 300 mil pessoas baixaram o software.
O Brasil não ficou para trás, em 14 de dezembro de 1996, Gilberto Gil se apresentou no prédio da Embratel no Rio de Janeiro, com a música “Pela Internet”, uma parceria da IBM com O Globo. Foi a 1ª transmissão online ao vivo do país. Uma infinidade de técnicos e produtores foram mobilizados. O prédio ficou atolado de cabos pelos corredores.
Finalmente, novos formatos foram surgindo e permitiram arquivos mais leves de som e imagem, como: MP3, MP4, AAC e MOV. A Banda Larga foi imprescindível para o streaming ser adotado em escala global, mas a Fibra Ótica foi o mesmo invento que viabilizou a qualidade dos filmes em Ultra HD, trazendo o cinema para dentro de casa.
O streaming ainda era uma tecnologia incipiente em 2010, mas, nos últimos dez anos, fez emergir um bilionário mercado que se popularizou e impactou as indústrias fonográfica, cinematográfica e do entretenimento. A Netflix percebeu antes as possibilidades e, em 2018, já respondia por 15% do tráfego mundial da internet.
A Cia. de Reed Hasting e Marc Randolph, abandonou um serviço de locação de DVDs por correios para investir na tecnologia disruptiva que reinventou a indústria do entretenimento. Foi a pioneira na venda de pacotes de conteúdo via streaming, em 2007. Hoje, é a gigante do setor com 208 milhões de assinantes em mais de 190 países.
Cerca de U$ 12 bilhões em “conteúdo original Netflix” foram investidos em 2019. Neste ano, a atriz britânica Claire Foy recebeu o Oscar de Melhor Atriz pela série The Crown, que também venceu o de Melhor Série. Em 2020, foram 24 indicações e 2 Oscars. Já em 2021, foram 36 indicações, levando 7 estatuetas. A meta é a independência da indústria de Hollywood.
Desde que lançou a série 3%, na época o maior sucesso nos Estados Unidos em língua não-inglesa, a Netflix é líder absoluta em pacotes de conteúdo por assinatura on demand no Brasil, na frente de Globoplay e Amazon Prime. Os serviços de HBO Max, Google Play, Apple TV+, Disney+, Starz Play estão chegando, diversificando opções e estilos de conteúdo.
O streaming já tem seu lugar na história como a tecnologia que trouxe acessibilidade, praticidade e qualidade de conteúdos. No lockdown, foi a tecnologia que trouxe diversão e alegria para as famílias, através das lives que emocionaram as pessoas, em suspiros e lágrimas recheados de esperança por dias melhores para a humanidade.
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