A democracia (em grego, Governo do Povo) foi fundamentada em conceitos como: Liberdade de expressão, relação entre poderes, imprensa livre, igualdade de direitos e demais fundamentos progressistas incorporados até a Revolução Francesa. Desde o Século V a.C., esse movimento avançou no sentido de que: o povo, está à frente do poder, em detrimento da Aristocracia (em grego, Governo dos Melhores).
Temos vivenciado já há alguns anos o avanço da desinformação. Um movimento perverso que está arraigado à política, ao mercado corporativo, no trato com o meio-ambiente, nos meios de comunicação tendenciosos, em conversas de botequim e também em organizações internacionais. Pessoas têm criado canais, estratégias e recrutando ativistas com técnicas sofisticadas no intuito de confundir e enganar.
A dinâmica das redes sociais permite que cada usuário publique o que bem entender em suas páginas. Seja ultraliberal, conservador, sexista, machista, homofóbico ou o que seja, o fato é que hoje se faz necessária uma higienização diária de conteúdos recebidos. Há uma infinidade de mentiras deslavadas, críticas infundadas e reputações questionadas, fruto de um trabalho orquestrado por interesses escusos.
Os escândalos descobertos após a vitória de Donald Trump na eleição americana de 2016, foram reveladores em constatar que grandes companhias como: Facebook, Twitter, Google e outras, jamais tiveram o controle daquilo que se divulga, propaga e/ou engana o senhor usuário. Passados mais de 5 anos da eleição de Trump, os remédios ainda são muito pouco eficazes frente às anomalias digitais do Século XXI.
Apesar das grandes companhias de tecnologia terem passado a restringir, boicotar, bloquear e até excluir definitivamente perfis de usuários, os conteúdos de desorientação continuam poluindo diariamente as Redes. Pouco se avançou na forma de punição de editores amadores empoderados que subjugam pessoas e instituições ou que enfatizam as mega qualidades de instituições de papel.
Giuliano da Empoli, conselheiro político do ex-primeiro ministro italiano Matteo Renzi, em seu livro:“Os Engenheiros do Caos”, avaliou os últimos movimentos populistas ao redor do mundo como o Brexit e as eleições de personagens como Donald Trump, Jair Bolsonaro e Viktor Orbán. Todos fenômenos eleitorais ligados à capacidade analítica do Big Data e os algorítmos que instigam os conflitos de interesse.
Articulista do New York Times e professor da Universidade de Nova Iorque, o prof.: Scott Galloway, é o autor de: “OS QUATRO- Apple, Amazon, Facebook e Google – O Segredo dos Gigantes da Tecnologia”. Ele critica o poder construído em torno das quatro empresas mais influentes do universo digital, a manipulação das necessidades dos seres humanos e a maneira que isso impacta na sociedade moderna
A profa.: Fernanda Bruno do Instituto d” Études Politiques, de Paris e da Federal do Rio de Janeiro, retrata em sua obra o atual desdém da sociedade com a imprensa profissional. A professora também lamenta o viés tóxico e preocupante que tomaram conta das Redes Sociais, promovendo um retrocesso cognitivo na medida que princípios democráticos tradicionais seculares parecem dar sinais de fadiga.
Temas como pandemia, política, meio-ambiente, ideologia de gênero e tantos outros são diariamente objeto de narrativas desconstrutivas propagadas fora de contexto, com falácias e teses falsas apoiadas por grupos negacionistas. Há uma legião de ativistas trabalhando dia e noite para construir e/ou desconstruir narrativas, numa militância permanente sem o menor compromisso com os fatos e com a sociedade.
Glossário:
Algorítmos são uma sequência finita de ações executáveis que visam uma solução para um determinado problema. Segundo Dasgupta, Papadimitriou e Vazirani: “Algoritmos são procedimentos precisos, não ambíguos, padronizados, eficientes e corretos.”.
Botsé um programa de software que executa tarefas automatizadas, repetitivas e pré- definidas. Os bots normalmente imitam ou substituem o comportamento do usuário. Por serem automatizados, operam muito mais rápido do que os usuários humanos…
BIG Data é a área do conhecimento que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de conjuntos de dados grandes demais para serem analisados por sistemas tradicionais.
Fake NewsNotícia falsa
Influencer Digital é alguém capaz de influenciar pessoas através da sua produção de conteúdo nas redes sociais. Eles também são conhecidos como creators, ou seja, são criadores de conteúdo de sucesso que conquistaram um público fiel e engajado.
Negacionismo é negar a realidade como forma de escapar da verdade desconfortável. Trata-se da recusa em aceitar uma realidade empiricamente verificável, sendo uma ação que não possui validação de um evento ou experiência histórica.
Think tank Um laboratório de ideias, gabinete estratégico, bunker, cento do pensamento e reflexão de alguma bandeira, seita, grupo político, econômico ou radical. Grupo de especialistas de natureza investigativa cuja função é a reflexão intelectual que pode abranger: política, economia, ação militar, cultura, tecnológica e /ou estratégia.
Deep Fakeé uma tecnologia que usa inteligência artificial (IA) para criar vídeos falsos, mas realistas de pessoas fazendo coisas que elas nunca fizeram na vida real. A técnica que permite montagens de vídeo já gerou desde conteúdos pornográficos com celebridades até discursos fictícios de políticos influentes.
Transmitida é a utilização de tipos de mídias de forma estratégica pela área do Marketing, onde são criados conteúdos que se completam, trazendo para o consumidor a sensação de um mar de possibilidades a serem exploradas. É mais rico que a Crossmedia, que é um espelhamento do conteúdo em vários mídias.
False FlagOperação de bandeira falsa são operações conduzidas por governos, corporações, indivíduos ou outras organizações que aparentam ser realizadas pelo inimigo de modo a tirar partido das consequências resultantes.