Nas últimas semanas, a Ambev tornou-se centro de debates e artigos do mundo publicitário e propagandista ao anunciar a Monja Coen como embaixadora da marca. Mas, para entender o porquê de toda a atenção, vamos contextualizar os nomes e o posicionamento dessa história.
MONJA COEN
A monge brasileira é um dos principais nomes ligados ao budismo no país, construiu sua história falando sobre autoconhecimento, equilíbrio emocional e paz. Em seu Instagram oficial (@monjacoen), a monge se apresenta como autora com mais de 500 mil livros vendidos e compartilha vídeos e frases motivacionais para seu público.


Ambev
A marca é a principal cervejaria brasileira, detentora de marcas como Skol, Brahma, Becks, Budweiser, Colorado, Stella Artois, Original e muitos outros nomes.
Então, nos primeiros seis meses de 2021, a empresa somou mais de 15 bilhões de reais em faturamento, tendo um aumento médio de 7,2% de vendas com os novos produtos premium e reposicionamento de algumas marcas.


Mas e a polêmica?
Ao anunciar Monja Coen como “embaixadora da moderação”, a empresa e a monge foram criticadas e questionadas sobre o que chamam de “objetivo em comum”. A questão é: até onde é cabível associar uma representante religiosa a uma marca de bebidas alcoólicas?
Apesar de já ter afirmado que as mensagens serão de promoção à saúde e limites, não tendo ligação com nenhuma marca da empresa, acaba se tornando pouco coerente a ligação defendida. Já que, como defendido por Paulo Pimenta, CEO da bpmcom, o “embaixador de uma marca é responsável por transmitir a mensagem diretamente ao público, de forma clara e sem ruídos. É um dos principais porta-vozes e meios de comunicação, tornando-a mais próxima e humanizada”.
A controversa parceria gera ainda mais críticas com os novos objetivos de marca da Ambev. O próximo passo, ou atual, é a criação da Future Beverages and Beyond Beer (Bebidas do Futuro e Além da Cerveja), uma divisão que tem como propósito investir no posicionamento de novas linhas de bebidas alcoólicas, como gin, vinho, vodca e etc.
A notícia, claramente, trouxe muita repercussão nas redes sociais:
O mundo acabou, é oficialhttps://t.co/WOErI3smY8
— Rita Lisauskas (@RitaLisauskas) August 12, 2021
Nada melhor que um puro malte depois da meditação pic.twitter.com/zj7D4aUYvp
— Luduvicu (@luduvicu) August 11, 2021
muita gente comentando que o titulo é bait pois a monja se tornou “embaixadora da moderação na Ambev”
— mini manual umbrella (@mellrealoficial) August 12, 2021
guess what: esse “cargo” não existe e está atrelado à Ambev, gerando publicidade pra marca de qualquer forma.
vocês não podem ser tão inocentes assim com publicidade em 2021 https://t.co/WfGqwthPMJ
Moderação ou intensificação?
Apesar de estar traçando uma estratégia de apoio ao consumo moderado à bebida alcoólica, a Ambev está investindo pesado para atrair e fidelizar novos públicos, o que torna quase inviável enxergar moderação no propósito da empresa de crescimento.
Já para Monja Coen, é igualmente difícil associar a imagem de uma religiosa junto de uma marca de bebidas alcoólicas para qualquer finalidade que seja. Até porque, no Capitalismo, tudo se transforma em vendas e Market Share positivo ou negativo para o investidor principal.
Então, fica a reflexão: até onde está alinhado o posicionamento de marca da Ambev?