Mariupol é uma importante cidade ucraniana fundada no século VIII por cossacos, povos nativos do sudeste europeu conhecidos pela sua bravura e capacidade militar. A cidade abriga um importante pólo industrial e o 2º maior porto da Ucrânia, às margens do Mar de Azov.
Em 2014, no começo da Guerra Civil em Donbass (região separatista de maioria russa), Moscou se apressou em tentar dominar Mariupol mas, em seguida, a Ucrânia iniciou uma forte ofensiva militar assumindo o controle da região de meio milhão de habitantes.
Mas a partir da invasão russa em fevereiro 2022, a cidade ficou totalmente sitiada, sendo castigada diariamente com ataques à população civil, o impedimento de corredores de ajuda humanitária e pessoas sendo enterradas em vala comum.
A cidade mais “grega” da Ucrânia
Mais de 100 mil gregos étnicos vivem na região de Mariupol. Além do ucraniano e do russo, falam também o dialeto:”língua romena”. É uma colônia secular integrada com armênios, azerbaijanos e ucranianos que se refujiaram na região após a invasão da Crimeia.
As raízes da cultura grega na região remontam ao século VI a.C.. Mariupol significa “Cidade de Maria”, em grego. Por decreto da Czarina Catarina a Grande, em 1778, o local foi destinado a abrigar a colônia grega fugida da Crimeia para evitar os turcos que invadiram a Península.
Mas a colonização grega no Mar Negro data de muito mais tempo. Mariupol, como Odessa e Sebastopol, são nomes familiares à cultura grega. Desde a antiguidade, os navegadores gregos exploraram o Mar Negro criando um pano de fundo para a Mitologia Grega.
“Amizade eterna”
A Grécia é alinhada à Rússia desde sempre, por questões culturais e pelo equilíbrio politico que se coloca: frente ao Ocidente, da qual é parte, e frente à Rússia, da qual é aliada. Atenas ao longo da história sempre foi condescendente à Moscou em sua declarada “amizade eterna”.
A maioria dos cidadãos da Rússia e da Grécia são fiéis à Igreja Ortodoxa. Gregos e russos nunca lutaram entre si. Ioannis Kapodistrias, primeiro governador da Grécia, pós-independência do Império Otomano, em 1828, foi também ministro de Relações Exteriores da Rússia czarista.
Três dias após a invasão russa na Ucrânia, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, decidiu fornecer equipamento militar e ajuda humanitária às forças armadas ucranianas, diante dos inúmeros relatos de ataques contra escolas, hospitais, centros comunitários e abrigos de defesa para civis. Foi o ponto da virada para a diplomacia grega.
“Relatos de Guerra”
Em Sartana, um assentamento com mais de 10 mil pessoas, foi registrada uma ação covarde, desumana e uma truculência desnecessária do exército russo contra civis desarmados. A embaixada russa alegou que: “As forças russas não realizaram nenhuma operação em Sartana. Os ucranianos que seriam os culpados pela matança.“
Da Mitologia Grega | JASÃO E OS ARGONAUTAS
Os argonautas foram os marinheiros que, na mitologia grega, acompanharam o herói Jasão em sua jornada até a Cólquida (onde fica hoje a Geórgia) para resgatar o Velocino de Ouro. A história faz parte do mito grego Jasão e os Argonautas, e eles eram assim chamados porque o navio no qual eles embarcaram para essa aventura foi construído por Argos, um dos heróis da história. O mito chegou na sua forma mais completa na obra Argonáutica, de Apolônio de Rodes, escrita no século 3a.C.
1) A volta dos que não foram
Filho de Esão, rei de Iolcos, Jasão não teve uma infância feliz. Ainda quando pequeno, Pélias, meio-irmão de seu pai, destronou o rei e exilou Jasão para uma ilha, onde o garoto foi criado pelo centauro Quíron. Aos 20, vestindo só um pé de sandália e uma pele de pantera, Jasão voltou a Iolcos e reivindicou o trono. O tio concordou em ceder, desde que o jovem trouxesse o Velocino de Ouro
2) Viagem Turbulenta
Jasão encomendou um navio a Argos e convocou os mais corajosos heróis da Grécia, como Hércules e Teseu, para atravessar o Mar Negro em busca do Velocino. Em uma longa viagem, passaram por várias aventuras, de tempestades a uma ilha cheia de viúvas que mataram seus maridos, de lutas de boxe a uma caçada a harpias. Depois de enfrentarem diversos perigos e cruzarem o estreito de Bósforo, os heróis chegaram à Cólquida.
3) Missão impossível
O rei Eetes, de Cólquida, concordou em entregar o talismã, desde que Jasão executasse algumas tarefas absurdas. Entre elas, arar um campo com touros que cospem fogo, semear neles os dentes de um dragão, lutar contra um exército que nasceria desses dentes, e, enfim, matar o dragão que guardava o Velocino. Jasão teve a ajuda de Medeia, filha do rei e sua admiradora.
4) Prenda-me se for capaz
Chocado com a conclusão das tarefas, Eetes descumpriu a promessa e prendeu o herói dentro da cidade. Medeia ajudou Jasão novamente, com a condição de que ele se casasse com e a levasse embora de lá. Para distrair a atenção do rei, Medeia sequestrou seu próprio irmão, despedaçou-o e espalhou os pedaços pela cidade. Enquanto o rei juntava os restos, ela fugiu de Cólquida com Jasão.
5) A Vingança dos deuses
A viagem de volta foi ainda mais emocionante do que a de ida. Revoltados com os crimes de Medeia, os deuses tornaram a jornada uma tormenta. Em meio a lutas com gigantes e mares revoltos, o navio passou por vários perigos, enfrentou tempestades e errou muitas vezes o seu destino até, finalmente, chegar a Iolcos, onde os marinheiros consagraram a nau a Poseidon, deus dos mares.
6) Um novo reinado
Leia mais em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-foram-os-argonautas/O final do mito tem muitas versões, mas a mais conhecida conta que o rei Pélias quebrou a promessa e se recusou a ceder o trono a Jasão. Medeia, então, matou-o envenenado. Acasto, filho do finado rei, assumiu o poder, enquanto Jasão e Medeia fugiram para Corinto com seus dois filhos. Lá, o rei Creonte ofereceu o trono ao herói, desde que ele se casasse com sua filha, Glauce. Decidido a ser rei, Jasão aceitou.
(Gabriela Portilho Atualizado em 14 fev 2020, 17h33 – Publicado em 29 set 2017 – Super Interessante – Grupo Abril)